Estação do Cais Sodré perto das 9:00 da manhã. Uma,duas, três, quatro, cinco portas e entro, procuro lugar e sento-me. O lado esquerdo está cheio, resta o lado oposto ao mar. Arranca. Hoje não leio, fecho os olhos e...'crac, crac, crac'. Não abro os olhos, meto a mão na mala sem ver e saco os phones, em movimento rápido ponho e ligo a música. O barulho é demasiado sonoro para não ouvir. As persianas abrem e lá está ele a cortar as unhas, como se estivesse numa gigantesca casa-de-banho e nós com ele. Olho-o fixamente, ele retribui e continua na dele. O resultado está no chão por baixo do seu banco...unhas e mais unhas acumuladas. Olho-o novamente e ele nada. Penso que por magia o corta-unhas podia arrancar-lhe meio dedo, que eu não ia mover palheta para ajudar. E se estão a pensar que estou a exagerar, não pensem, eu parei de conseguir fazer isso logo de manhã ao soar do primeiro 'crac'.
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