quarta-feira, 26 de janeiro de 2011


E ela nunca chegou a dizer que acha que os dois são perfeitos um para o outro. 
Nem lhe disse que mais ninguém ia gostar dele como ela gosta. 
E a vida seguiu, com o lado esquerdo a sair estranho no rx, com ela a tentar explicar que ali não tem frio. 

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O tempo é uma questão de horas.

Hoje de manhã parei no meio da estrada. Um silêncio avassalador numa das ruas que nos habituámos a ver cheia de gente, daqueles silêncios que nos deixam a respiração ao pé do ouvido. Olhei para trás e nenhum carro, à frente nada vi e ali fiquei. Foram segundos e em segundos tudo o que passou consegui ver, tal como tempo. Num ano existem horas de todo o tipo: sorte, prazer, alegria, espera...muitos tipos que resumem aquilo que perdemos sem sentir – tempo.

Hoje de manhã parei no meio da estrada e nem senti, tal como tempo. Olhando-o vejo que me lembro de cada passo que dei nessa concha de tempo que é um ano. Festejei muito só porque sim, ouvi muita música boa, escrevi menos do que queria, errei muito e acertei ao errar, conheci das pessoas mais extraordinárias que existem, chorei a rir e nem tanto, vi lugares que antes não vira, li coisas que me ensinaram a ser melhor, falei mais comigo mesma do que antes, abracei e beijei mais,  comecei a correr e correr faz-me relativizar...e ficaram verbos por conjugar que andam connosco de mão dada todos dias, cada vez mais. Pego num deles ao colo e guardo-o junto a mim.

Vai acabar tudo bem, sei que sim, é uma questão de tempo. 

sexta-feira, 12 de novembro de 2010




O Senhor João não tinha ninguém e sem saber teve toda a gente.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Frases que mudam dias.


Hoje contaram-me sobre um documentário que envolve cartéis de droga e métodos de tortura. Um desses métodos consistia em envolver uma pessoa num cobertor a ferver, retirá-lo e a seguir puxar as camadas de pele uma a uma (temos seis). Ainda havia álcool envolvido, de resto como em muitas ocasiões da nossa vida.  E eu lembrei-me de ti. De como me recebeste calorosamente, embrulhaste no teu cobertor e a seguir começaste a retirar a pele. Camada a camada ela foi saindo até que fiquei sem nenhuma. Temos seis e eu tenho a sensação que tiraste mais do que isso. O teu álcool foram as palavras que disseste e aquelas que ocultaste. Sabias que ignorar-me funcionava e fizeste questão de provar que eu não valia o esforço. Conseguiste fazer-me acreditar que as pessoas gostavam de me ter perto porque tenho piada, sei umas coisas e tenho alguma presença. Nada mais.

Hoje além do documentário ouvi uma frase, que me fez recuar no tempo e ficar paralisada na rua. A mesma frase. E percebi que a pele voltou a existir, camada por camada, com a mesma espessura. O teu álcool infelizmente ainda não saiu das veias do inconsciente e às vezes dou por mim a pensar que aquilo que disseste um dia, pode ser verdade.

Fecho os olhos e não adormeço. Abro os olhos e não acordo. Por enquanto mantenho-me no espaço entre estes dois estados, até que alguém consiga (queira) acordar-me totalmente ou adormecer a meu lado.


terça-feira, 26 de outubro de 2010

Canções como eu.

O que respondemos?

Quando alguém que devia receitar químicos, receita-nos amor e carinho? Diz-nos que devíamos fazer um estágio, onde só recebesse-mos coisas boas, porque é isso que nos vai tirar da linha d’água?

Há alturas em que não tenho resposta. E nem sei se tudo bem.