Hoje de manhã parei no meio da estrada. Um silêncio avassalador numa das ruas que nos habituámos a ver cheia de gente, daqueles silêncios que nos deixam a respiração ao pé do ouvido. Olhei para trás e nenhum carro, à frente nada vi e ali fiquei. Foram segundos e em segundos tudo o que passou consegui ver, tal como tempo. Num ano existem horas de todo o tipo: sorte, prazer, alegria, espera...muitos tipos que resumem aquilo que perdemos sem sentir – tempo.
Hoje de manhã parei no meio da estrada e nem senti, tal como tempo. Olhando-o vejo que me lembro de cada passo que dei nessa concha de tempo que é um ano. Festejei muito só porque sim, ouvi muita música boa, escrevi menos do que queria, errei muito e acertei ao errar, conheci das pessoas mais extraordinárias que existem, chorei a rir e nem tanto, vi lugares que antes não vira, li coisas que me ensinaram a ser melhor, falei mais comigo mesma do que antes, abracei e beijei mais, comecei a correr e correr faz-me relativizar...e ficaram verbos por conjugar que andam connosco de mão dada todos dias, cada vez mais. Pego num deles ao colo e guardo-o junto a mim.
Vai acabar tudo bem, sei que sim, é uma questão de tempo.
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