Hoje uma música levou-me a um lugar que tem recebido mais visitas minhas do que gostaria. Um lugar onde a pele não existe e os olhos têm mais água que todos os oceanos juntos. O chão passa a ser a minha casa e ali fico...a tentar respirar. Olho o tecto e a sensação de estar a sufocar ocupa-me a garganta e o peito. Não sei porque volto àquele lugar, se sei que as visitas são dolorosas, porque insisto em lá estar? Não insisto...simplesmente estou, sem saber como sair. Fecho os olhos e vejo o que tenho, abro os olhos e vejo o que não tenho e volto a fechá-los. Sorrio. Sei que existe um mundo para lá deste sítio que me consome. Oiço a música em modo repetido e dói-me o lado esquerdo. Dói de uma maneira que não aleija, mas corrói as paredes da alma. Sorrio. Sei que a alma regenera-se sozinha por muito que a maltratem.
Há tempos atrás parei muito por aqui, sabia os cantos à casa de cor. Hoje estou de passagem, embora não totalmente recuperada, passeio por aqui contornando o labirinto. Há labirintos mais fáceis que outros e o meu tem um grau elevado de dificuldade, sinto isso, sei disso. Não me atrapalho e sigo, mesmo que tenha de usar atalhos. Sorrio. Há quem me ajude a andar por aqui, mesmo não tendo a noção disso. Fecho os olhos e vejo o que tenho. Deixo-me ficar até que os oceanos sequem.
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