segunda-feira, 27 de setembro de 2010

sábado, 25 de setembro de 2010

Os amigos e conselhos.


Às vezes tenho laivos de 'queridismo', normalmente quando alguém está a falar de uma relação e pede conselhos. Sempre tive muitos amigos que recorrem à minha pessoa na procura de respostas. Tenho-as? Não, mas eles ficam a sentir-se melhor. Um destes dias dei por mim a dizer:

Isto ao fim ao cabo resume-se a sabermos que podemos viver sem aquela pessoa, mas não querermos...preferirmos viver com. 

O meu amigo ficou parado e depois soltou um palavrão. Soou a bingo. Acho que foi mais uma linha, que eu de amor percebo pouco.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Há sempre tempo.


Qual a última vez que falaste com ela?

Não sei.

Porquê?

Acho que me passou.

Ela foi-se.

Quê? Mas não cheguei a dizer que...

Pois

E agora?

Já não há tempo.

Merda.

Isso.

Não prestei atenção.

Eu sei, só não sei porquê.

Ela foi quando?

Quando se cansou.

Isso foi há muito?

Não, ela ainda aguentou uns anos.

E agora?

Agora nada.

Mas eu não lhe disse...

Eu sei.

Tu disseste?

Sim

E?

E sorriu.

Mas eu não...

Eu sei.

 

‘Há sempre tempo’. Não há. Um dia já não estamos lá e já não queremos ouvir. Um dia o tarde é agora e já passou. E ficamos com palavras a mais no dicionário da língua. E o gosto é amargo, sabe a coisa nenhuma misturada com arrependimento. E quem estava já não está, porque os corações também se gastam, principalmente de derem sem receber durante anos a fio.

Nem sempre me disseram, poucas vezes me cansei, mas das vezes que perdi a força já não olhei para trás e segui. Respiro fundo e sei que quem ficou, perdeu mais do que eu. Mais que não seja, deixou de sentir o lado doce das palavras.


sábado, 18 de setembro de 2010

Frases que nos deixam felizes

'O que importa é o agora'. 

Tão simples e tão bom. E ouvir isto daquela voz arrepia.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Porta de entrada


Hoje uma música levou-me a um lugar que tem recebido mais visitas minhas do que gostaria.  Um lugar onde a pele não existe e os olhos têm mais água que todos os oceanos juntos. O chão passa a ser a minha casa e ali fico...a tentar respirar. Olho o tecto e a sensação de estar a sufocar ocupa-me a garganta e o peito. Não sei porque volto àquele lugar, se sei que as visitas são dolorosas, porque insisto em lá estar? Não insisto...simplesmente estou, sem saber como sair. Fecho os olhos e vejo o que tenho, abro os olhos e vejo o que não tenho e volto a fechá-los. Sorrio. Sei que existe um mundo para lá deste sítio que me consome. Oiço a música em modo repetido e dói-me o lado esquerdo. Dói de uma maneira que não aleija, mas corrói as paredes da alma. Sorrio. Sei que a alma regenera-se sozinha por muito que a maltratem. 

Há tempos atrás parei muito por aqui, sabia os cantos à casa de cor. Hoje estou de passagem, embora não totalmente recuperada, passeio por aqui contornando o labirinto. Há labirintos mais fáceis que outros e o meu tem um grau elevado de dificuldade, sinto isso, sei disso. Não me atrapalho e sigo, mesmo que tenha de usar atalhos. Sorrio. Há quem me ajude a andar por aqui, mesmo não tendo a noção disso. Fecho os olhos e vejo o que tenho. Deixo-me ficar até que os oceanos sequem.


domingo, 12 de setembro de 2010

M.e.d.o.

Pessoas ‘normais’ que têm mais de mil amigos no facebook.

[ Atinem pá! Aquilo não é o concurso de miss simpatia, nem um site de arranjinhos amorosos. ]

Pessoas que fazem ‘like’ aos seus próprios links.

[ Se colocam um vídeo ou música na vossa wall provavelmente é porque gostam, um like neste caso é no mínimo...parvo vá.]

E sim esta maltosa dá medinho só de olhar o perfil.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Carruagem 21

O comboio quase perdido deixa de ter pressa quando piso a estação. Os bilhetes passaram a mensagens no telemóvel ou talões de multibanco, mas há uma coisa que não muda: a saudade de quem vai ou fica. O brilho no olhar de quem não sabe se dá um abraço ou um beijo, se diz adeus com a mão ou um até já com piscar de olhos, tudo entra no comboio ou fica caído na estação. Lá dentro procuram-se lugares, empilham-se malas e ajustam-se corpos aos bancos. A música invade os ouvidos e fechamos os olhos. Durante largos minutos o mundo é o que quisermos, o presente é ali e o futuro tem a forma de um carril. A noite cai e o primeiro pé a sair da carruagem é o esquerdo, não gosto do previsível e lá vai disto.

O corpo não mexe, apenas os olhos observam e fixam a imagem: pessoas que esperam, portas de carro abertas, sorrisos rasgados e tudo a que um cenário de chegada tem direito. O meu sorriso também está lá e é o mais bonito de todos. Faz sinal com a mão e o plano muda.

Há lugares que não são lugares. São espaços que partilhamos com algumas pessoas. Situam-se entre os olhares que se trocam, frases que se dizem, a entoação que usamos, o toque, a cumplicidade ou algo cósmico que não se explica, apenas existe. Há lugares que se guardam na pele e na gaveta das pálpebras. São aqueles onde queremos voltar muitas vezes, porque sentimos uma estranha calma que nos deixa respirar e saber que ali somos nós despidos de tudo. E que essa nudez diante de algumas pessoas é natural.

O regresso é em silêncio, daquele que é feito de sons que há horas atrás era audível. Não sabemos se iremos voltar àquele espaço que não é só nosso. Não sabemos se nos querem de volta. A música invade os ouvidos e fechamos os olhos. Fico por momentos na palavra saudade e de como cada um a sente. Abro os olhos e encosto a cara à janela...a noite caiu...não se vê nada, nem o carril que tem saudades do futuro.